2/28/2009

Blue Red. Sad But True Blue.


Sempre leio na GZM (Gazeta Mercantil), e por outros cantos, sobre a gravadora Blue Note (do qual sou fã, já escrevi dela neste blog) Inclusive sobre a brilhante idéia da Adidas de lançar tênis comemorativos de música negra incluindo vários selos, gravadoras de diferentes ritmos Reggae, Jazz, etc. Tem tênis BlueNote, Mowntown, etc.

Mas o meu texto é triste.

Verdade, mas triste(blue, blue).

A BlueNote no ano que faz 70 anos(!) Sofre com "a crise" e com uma outra crise também.

(A Motown que faz 50 anos este ano também conseguiu capitalizar este feito bem mais! http://www.motown.com/ Com ótimos discos e tal)

Já a BlueNote sofre um pouco. Leia matéria do NYT abaixo aqui no blog ou no link da GZM:

http://www.gazetamercantil.com.br/GZM_News.aspx?parms=2362522,391,3,1

http://www.bluenote.com

(site da gravadora)

27/02 - 00:51

A necessidade é a mãe de todas as invenções

27 de Fevereiro de 2009 - Numa recente comemoração do 70 aniversário da Blue Note Records no Dizzy’s Club Coca-Cola, o saxofonista Lou Donaldson tocou o hit "Alligator boogaloo", de 1967. Norah Jones, que fez sua estreia multiplatinada em 2002, estava no bar. E quem comandou a noite foi Bruce Lundvall, que cuidou da gravadora nos últimos 25 anos. Donaldson, Jones e Lundvall fazem parte da história do selo mais bem-sucedido do jazz. Fundado em 1939 pelo imigrante alemão Alfred Lion, o Blue Note construiu um catálogo que inclui quase todas as grandes estrelas da música, desde pioneiros como Sidney Bechet até mestres modernos como Wayne Shorter.

Agora, parte de uma grande entidade corporativa, e enfrentando tanto uma indústria musical em crise quanto os rumores da aposentadoria de Lundvall, o Blue Note entrou num momento crucial em sua história. Saindo um pouco do jazz, o selo se aventurou pelo que Lundvall chama de "pop sofisticado adulto". Seu lançamento mais vendido no ano passado foi de Al Green ("Lay it Down", que vendeu mais de 175 mil cópias). O próximo da fila foi um álbum ao vivo de Wynton Marsalis e Willie Nelson - que se reuniram em dois shows com ingressos esgotados este mês no Rose Theater, com Norah Jones como convidada.

O desafio para o Blue Note é como ele pode continuar um selo de jazz e ao mesmo tempo sobreviver como negócio rentável. "Uma das primeiras coisas que Alfred Lion disse para mim foi: ‘O que você vai fazer para ser comercial?’", lembrou Lundvall, de 73 anos. "É uma pergunta que se mantém até hoje."

O Blue Note foi, por muitos anos, uma operação pequena administrada com convicção por Lion e um amigo de infância, Francis Wolff. Durante seu auge no pós-Guerra, a gravadora lançou uma enxurrada de álbuns que definiram a era hard-bop e ajudou a documentar o surgimento de uma vanguarda jazzística. "Não há, no panteão dos selos de jazz, nenhum com tamanha majestade", elogia o saxofo-nista Greg Osby, abrigado por 16 anos no Blue Note.

Lundvall assumiu o leme em 1984, depois de mais de duas décadas na CBS Records. Naquele ponto, o Blue Note tinha ficado inativo por vários anos, depois da compra de sua sociedade controladora pela EMI. Sob o comando de Lundvall, o selo contratou as cantoras de jazz Dianne Reeves e Cassandra Wilson, junto com importantes instrumentistas como o saxofonista tenor Joe Lovano e o violonista Lionel Loueke.

A identidade do Blue Note mudou com a estreia meio folk de Norah Jones, que vendeu 5 milhões de cópias em um ano. Subitamente, a gravadora estava recebendo propostas de artistas que não eram do jazz como Anita Baker, que Lundvall considerou muito boa para perder. Mais tarde, contratou roqueiros folk como Amos Lee e Wood Brothers, e o duo retro-pop Bird e Bee.

"Estendemos nosso alcance além do jazz, mas continuamos fiéis ao gênero", comenta Lundvall. "E será desse jeito enquanto eu estiver aqui, com certeza. Com os artistas de jazz sérios você não ganha nem perde ou tem um pequeno lucro. Você mantém os orçamentos na linha, faz o melhor trabalho de marketing que conseguir, e fica com artistas à medida que crescem", afirma.

O resultado ideal desse investimento é o catálogo, uma pedra fundamental do legado do Blue Note. Ano passado, o álbum "Blue Train" (1957), de John Coltrane, vendeu 15 mil cópias; "Maiden Voyage" (1965), de Herbie Hancock, vendeu 10 mil. Mas o catálogo, que já correspondeu à metade da receita, agora está perto de um terço. No fim do ano passado, o selo fez uma faxina nos discos antigos: qualquer título que vendeu menos de 350 cópias em um ano estava vulnerável.

Os fãs de jazz ficaram assustados com o fato de títulos significativos estarem na lista, mas os álbuns descartados ainda são oferecidos em formato digital. Há promoções de catálogo por meio de serviços como iTunes e Rhapsody. Além disso, na onda do 70 aniversário, a Amazon apresentou uma série de CDs exclusivos, com mais de 200 títulos fora de circulação.

O foco digital reflete o impacto de uma reorganização recente. Durante o ano passado, as operações do Blue Note foram mais absorvidas pela estrutura da EMI. A mudança abriu novas possibilidades. "Estávamos concentrados em lançar artistas de jazz com vários serviços, e essa é uma das vantagens da maneira que estamos organizados agora", ressalta Howard Handler, vice-presidente de marketing da EMI. "Há mais recursos para fazer uma turnê de divulgação. Temos novas tecnologias que nos dão a chance de levar os catálogos para novas gerações de fãs", diz.

Para executivos como Handler, o aniversário de 70 anos do selo é uma chance de tornar mais flexível algumas estratégias promocionais. "O Blue Note é muito importante para a EMI. Não se limitará a apenas um catálogo. Precisa se desenvolver e crescer", disse Nick Gatfield, presidente do setor de artistas e repertório da EMI.

Para isso, Lundvall disse que ainda tem total autonomia sobre o catálogo do Blue Note. "Desde que não estejamos seriamente no vermelho, coisa que nunca aconteceu a partir do momento que assumi, ninguém vai dizer: ‘Livre-se desse ou daquele’".

Greg Osby, que agora tem seu próprio selo, foi incitado a descrever o Blue Note pós-Lundvall. "Não consigo pensar nisso", retrucou. "Ele é o último dos moicanos. Ele é Clint Eastwood. E quando ele sair, o selo acaba", diz acreditar. Claro que ninguém da EMI põe isso dessa forma.

Lundvall vai abrir uma consultoria ao se aposentar. "Não quero ficar sentado em casa e cortar a grama. Quero continuar fazendo o que faço", afirma.

(Gazeta Mercantil/Fim de Semana - Pág. 5)(Nate Chinen/ The New York Times)

PS Tenho escrito bastante sobre gravadoras que descubro. Gosto de "achar" editoras também descobri algumas "pérolas" recentemente, escrevei também sobre as excepecionais cia de teatros que encontro pelo mundão... Eita lálá...Viva a Arte e Cultura Brasileira e Mundial!

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