Sobrado
Tua sobra nunca foi sombra, faz o meu Sol.
Ilumina atos, pensamentos. Todos em vão.
Aterrissa nesta loucura de momentos sãos.
Entristece em cada, face, fio, célula, mol.
Me resta incrustada na parte profunda
lá onde o ser humano confessa, naquele
lugar que aperta, remói. E nunca ela me
deixará rastro, certeza ou dúvida, só, nó.
Sobro à seco no pranto contido, travado,
moído. Abstraio sentido sou pedra-sabão.
Telhado de vidro furado de culpa, sem dó.
Paredes de ouvidos, escadas sem fim, vai
caindo outro amanhã. Permaneço igual, indo
alto, pequeno, um homem sobrado. Sem par.
3 Comments:
Sob o céu azul não havia sobrado nada
senão homens sem sombra e sem verso.
Muito bonito John! Do caralho a imagem de homens sem sombra...(vazios?)
Fiz umas alterações no poema.
Não sei se você viu...
Agora acho que tá final...
Ficou lindo!
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