2/06/2009

Sobrado


Tua sobra nunca foi sombra, faz o meu Sol.
Ilumina atos, pensamentos. Todos em vão.
Aterrissa nesta loucura de momentos sãos.
Entristece em cada, face, fio, célula, mol.

Me resta incrustada na parte profunda
lá onde o ser humano confessa, naquele
lugar que aperta, remói. E nunca ela me
deixará rastro, certeza ou dúvida, só, nó.

Sobro à seco no pranto contido, travado,
moído. Abstraio sentido sou pedra-sabão.
Telhado de vidro furado de culpa, sem dó.

Paredes de ouvidos, escadas sem fim, vai
caindo outro amanhã. Permaneço igual, indo
alto, pequeno, um homem sobrado. Sem par.

3 Comments:

Blogger johon said...

Sob o céu azul não havia sobrado nada
senão homens sem sombra e sem verso.

6:00 PM  
Blogger utymo said...

Muito bonito John! Do caralho a imagem de homens sem sombra...(vazios?)
Fiz umas alterações no poema.
Não sei se você viu...
Agora acho que tá final...

6:26 PM  
Blogger Cristina Casagrande said...

Ficou lindo!

11:56 AM  

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